quinta-feira, 13 de novembro de 2008

"Entrar/Sair"

“Entrar/Sair”

 

Alguém perguntou ao Chico Xavier: “- Chico, que devo fazer para “entrar” no espiritismo?” E o Chico respondeu: “Uai! É só ler “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”, “Obras Póstumas”, que são as obras básicas.” E acrescentou, com bom humor: “- Agora, para “sair”, eu não sei não!” Aí está, na boca do espírita mais credenciado da atualidade, a receita infalível para a opção por um roteiro religioso! A resposta do Chico, aliás, está perfeitamente calcada numa outra que Emmanuel lhe deu, certa vez: “- Estudar, estudar, estudar!”.

Sendo o espiritismo, como é, filosófico, científico e religioso, só mesmo a custa de muito e permanente estudo, por parte de simpatizantes e também dos adeptos, poderá ele ser assimilado em toda a sua extensão. Até o advento da Doutrina Espírita, que se verificou, como é sabido, a 18 de abril de 1857, com a publicação em Paris, de “O Livro dos Espíritos”; a ciência e a religião que deveriam ser irmãs-siamesas, quase sempre não se entendiam bem, e não raro se antagonizavam. Basta lembrar, entre muitos outros, os casos do hexameron, isto é, da criação do mundo (terra), em seis dias; da geração espontânea; do geocentrismo, que quase leva Galileu à fogueira inquisitorial. E a Doutrina Espírita, sem nenhum passe de mágica, tão só pelo seu embasamento científico (nos casos citados), resolveu de uma penada, elucidando a luz da vera ciência experimental que o nosso mundo não foi absolutamente feito em seis dias, o que a geologia prova e comprova; que a geração espontânea não tem fundamento científico; e que Galileu tinha razão: É mesmo a terra que gira em torno do sol.

 Hoje, velhas arquiteturas religiosas, muito a contragosto, é bem verdade, vão paulatinamente fazendo revisões em seus postulados. É uma questão de sobrevivência.

Já com o espiritismo isto não acontece! Seus fundamentos são inabaláveis, pela simples razão de que abarcam, em síntese, todas as facetas do conhecimento; em segundo lugar, porque Allan Kardec enuncia que “O Espiritismo caminha com a  ciência; e se amanhã a ciência provar que ele (o espiritismo) está errado, ele aceitará a palavra da ciência”. Daí a solene afirmação de Kardec: “Fé inabalável só o é a que pode enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade!”

 Que diferença do que se verifica, por exemplo, na recente declaração do Papa, de que, de acordo com o progresso do conhecimento humano, “a evolução deixa de ser uma hipótese”.

A Evolução, verdadeiro calcanhar de Aquiles das religiões convencionais, é precisamente o fulcro do espiritismo, já que ela se efetua, através da reencarnação – coluna-dorsal da Doutrina Espírita! Considerando, ainda que superficialmente, a  resposta acima, dada por Chico Xavier, parece-nos que é lícito afirmar: “Entrar” no espiritismo não é lá muito difícil, já “sair” dele...nem o Chico sabe.

 

                                 Joel Alves de Oliveira

                                 Barra Mansa, 30 de Novembro de 1996.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

O Espiritismo está alguns anos luz a frente das religiões convencionais. Enquanto nestas a "evolução deixou de ser uma hipótese", mas não direciona os que têm sede; o Espiritismo traduz parte do infinito.