domingo, 29 de março de 2009

Evolução

Evolução

 

 

Creou-nos DEUS, um dia!...E, desse instante,

Iniciou o Espírito, contrito,

A caminhada, rumo do infinito,

Embora ainda “simples e ignorante”...

 

E, assim, ora na lei, ora proscrito

(Da lei divina sob o doce guante),

O espírito — imortal itinerante,

Caminha, sob o olhar do Pai Bendito!

 

Lá chegarei, um dia! (ele imagina).

E sofre, e luta, e cai... Não desespera!

E vai cumprindo, assim, a sua sina!

 

Não importa, se aqui, se noutra esfera!

Nosso Espírito é lâmpada Divina!

A arcangelitude nos espera!

 

Joel Alves de Oliveira

Barra Mansa – RJ, 04 de Dezembro de 1992.

sábado, 21 de março de 2009

Fatalidade

Fatalidade

 

Frequentemente, devido ao grande trânsito de pessoas a deslocarem-se por municípios diversos, estados e países, conduzidos pelos mais diversos meios de transporte. Ou ainda motivados pelos desastres naturais, como as enchentes que aconteceram este ano no Brasil, vitimando centenas de pessoas, além de terremotos, maremotos, etc. Tomamos conhecimento através dos noticiários o saldo trágico com dezenas, centenas e às vezes milhares de mortos.

Somos tomados de comoção, quando vemos em nossos televisores um avião em chamas como no desastre da TAM, onde 199 pessoas pereceram diante de nossos olhos estarrecidos.

Depois a indignação dos parentes, autoridades atarantadas prometendo providências, todavia, nenhuma reflexão de caráter filosófico, as religiões tradicionais não possuem respostas e quando indagados tergiversam melancolicamente.

Claro que há uma razão, claro que há um porquê, caso contrário seria imaginarmos a Terra girando cada dia de um modo, ou a lua resolver viajar para gravitar em torno de outro planeta, a semente jogada em solo fértil não projetar-se em direção à luz ou moléculas de hidrogênio e oxigênio em condições normais não transformarem-se em moléculas de água. O caos! A desordem!

Há uma ordem no universo, na química, na física, na biologia, se em algum momento algo foge a regra é porque os homens de ciência ainda não conhecem todas as nuances da questão.

Não seria diferente com o destino humano, não estamos atirados ao acaso, aos acontecimentos fortuitos ou a irresponsabilidade de algum sádico, uma bala nunca é perdida.

Acontece que nossos homens de religião fogem de encarar algo além da matéria, espremidos por filosofias negativistas, presos em suas próprias convenções e mais interessados em erguer templos de pedra e administrarem a religião como se fosse uma empresa, escravos tornaram-se das conveniências do mundo.

Porém o espiritismo, esta luz meridiana que desde 18 de Abril de 1857 com a publicação do “Livro dos Espíritos” organizados por Allan Kardec, vem projetando abundantes jorros de saber, esclarecendo as mais intrincadas perguntas que ao longo dos séculos os filósofos não deram respostas adequadas, vem sobre este tema em pauta, a fatalidade, as grandes tragédias, fornecer adequada e límpida resposta cheia da mais profunda lógica e razão.

Pergunta 851 do livro dos espíritos, “Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?”

“R: A fatalidade existe unicamente pela escolha que o espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhe-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca as provas morais e às tentações, o espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Ao vê-lo fraquear um bom espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade.”

Esta magistral resposta dos espíritos reveladores deixa muito clara, somos nós mesmos, que, na espiritualidade (óbvio, assessorados pelos nossos mentores) escolhemos baseados na nossa história pretérita e na necessidade de purgar desatinos outrora cometidos, as mais diferentes provas, entre elas, perecer em algum acidente coletivo.

Visto por está óptica as coisas começam a clarear, não estamos entregues à mão de alguém, que, irresponsavelmente pode nos roubar a vida em um assalto, tudo neste mundo segue uma ordem racional, o acaso não existe! Quando vemos um inocente, nesta vida, amargar, anos em uma penitenciária por crime que não cometeu, não é apenas um erro judiciário que às vezes tardiamente é corrigido, e o mesmo irmão que outrora, escapou das malhas da lei por algum crime que ardilosamente conseguiu ocultar. Aos olhos de Deus nada há de oculto, nossos mínimos gestos estão computados em planilha justíssima que dá a cada um segundo suas obras.

Quando o avião da Gol se precipitou ao solo, levando consigo centenas de vítimas, trazendo consigo dor e lágrimas, com certeza aqueles mesmos irmãos que ali pereceram, levantaram dos destroços em seus corpos imperecíveis, sorrindo, rumo à espiritualidade, pois, no sofrimento, quitaram suas dívidas.

Concluindo nosso modesto estudo vamos transcrever as esclarecedoras informações contidas nos “Quatro Evangelhos” do missionário da fé Jean-Baptiste Roustaing, onde os espíritos prestaram as mais lúcidas informações sobre trágicos acontecimentos.

“Aquele que, ao encarnar, escolheu por provação a morte violenta, precedida das angústias e alternativas que cercam os últimos momentos do náufrago, sujeito a se debater entre a submissão ao Criador, à resignação, o remorso das faltas passadas, a confiança na bondade divina e o pavor, a blasfêmia, a raiva insensata que se apodera de alguns nessa hora terrífica, será levado, pelo seu próprio espírito, a preferir um navio a outro, a se ver urgido por um negócio a embarcar em determinada ocasião, a contar mesmo com um acaso feliz, com a sorte, com sua boa estrela. E partirá porque, durante o desprendimento a que o sono dá lugar, o seu espírito se torna consciente das sérias obrigações que contraiu e toma de novo a resolução de conduzir o corpo à situação em que, unidos, devem ambos terminar suas provas, voltando este à massa comum e libertando-se ele, o espírito, da escravidão corporal e readquirindo a liberdade. A resolução assim retomada e da qual não resta lembrança no estado de vigília deixa no homem a impressão vaga que vem a constituir o que se chama a sua inspiração, a determinante dos seus atos.

Assim como não pode prever o seu naufrágio, também o homem não prevê a hora em que as chamas de um incêndio lhe devorarão a casa, em que será sepultado pelo desabamento da escavação, da mina, pedreira onde trabalhe e os que têm de perecer deste modo perecem. Porquê? Porque, semelhante ao náufrago, escolheram, para terminação da vida terrena, a morte violenta, cercada das angústias e alternativas das daquele e precedida da mesma luta entre a submissão ao Criador, a resignação, o remorso, a confiança na bondade divina e o pavor, a blasfêmia, o desespero.

Como o náufrago, foram levados, pelos seus próprios espíritos a preferir uma habitação à outra em certa ocasião, a preferir, para trabalhar, esta escavação àquela.

Os que tenham de perecer de qualquer desses modos, por haver soado a hora final das suas provas terrenas e por serem de qualquer desses gêneros a provação e a expiação que escolheram, perecem inevitavelmente”.

 

                                         M.P de Oliveira.(*)

(*) Por honestidade, ao terminar de redigir este artigo veio a mente o nome “Leopoldo”, que, com certeza é o autor do mesmo.

 

Os textos citados foram extraídos dos “Quatro Evangelhos”, Autor: Jean-Baptiste Roustaing, Edição da FEB – Federação Espírita Brasileira, 5ª Edição, ano 1971.

O Livro dos Espíritos, Autor: Allan Kardec, Edição da FEB – Federação Espírita Brasileira, 77ª edição, ano 1997.

     

domingo, 8 de março de 2009

Alergia e Obsessão

Alergia e Obsessão

 

 

Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.

Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, no século XX, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.

Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas, os parasitos da pele, do intestino, e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.

As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores protéicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.

Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.

A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância “H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.

Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.

Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.

Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos da desarmonia mental.

Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.

Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.

O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica destrói e reconstrói.

Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.

Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.

E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da igreja de Filipos:

— “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos”.

 

Pelo espírito Dias da Cruz

Fonte: Xavier, Francisco Cândido. Instruções Psicofônicas. Diversos espíritos. 9ª edição. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 19, pág. 97-99.