domingo, 8 de março de 2009

Alergia e Obsessão

Alergia e Obsessão

 

 

Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.

Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, no século XX, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.

Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas, os parasitos da pele, do intestino, e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.

As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores protéicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.

Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.

A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância “H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.

Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.

Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.

Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos da desarmonia mental.

Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.

Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.

O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica destrói e reconstrói.

Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.

Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.

E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da igreja de Filipos:

— “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos”.

 

Pelo espírito Dias da Cruz

Fonte: Xavier, Francisco Cândido. Instruções Psicofônicas. Diversos espíritos. 9ª edição. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 19, pág. 97-99.

   

Um comentário:

Anônimo disse...

Ou seja, tudo advém de nossa sintonia mental. Basta um pequeno deslize nesta sintonia e se põe tudo a perder. Porém difícil é manter-se equilibrado para que os "agentes R" não furem nosso bloqueio. Bom artigo.