“O Espiritismo Será o que dele Fizerem os Homens”1
Ao estudarmos o livro “No Invisível”, deparamos com a máxima: “ O espiritismo será o que dele fizerem os homens”, do organizador das bases filosóficas espíritas; analisemos: − O que estamos fazendo com o Espiritismo? Observando mais atentamente as Casas Espíritas, constatamos inúmeros detalhes, que, juntos, contribuem para a descaracterização do Espiritismo. São resquícios oriundos de outras religiões: − O elitismo, as vestimentas especiais, ou de cores especiais, os livros-de-prece (que são uma substituição flagrante das velas de outras religiões), etc. São práticas sutis, sem nenhum respaldo doutrinário, e, muitas vezes, claramente anti-doutrinárias, que, com o passar do tempo, cristalizam-se nas mentes das pessoas desavisadas, ficando difícil mudar, mesmo que lancemos mão dos mais fortes e claros argumentos.
Os Defensores de tais idéias “argumentam” que mal não fazem... Será que não fazem mesmo? Vejamos: − Aprendemos com um irmão muito querido, sobre o poder dos costumes, mas isso não se justifica irmos contra um dos principais objetivos do Espiritismo, que é esclarecer e preparar o homem para a liberdade de pensamento. Como disse Jesus, em João 8:32 –“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”
No passado, o Cristianismo primitivo foi absorvendo do paganismo idéias, costumes, etc., que, com o passar do tempo, foram se incorporando, até que se transformarem em leis, a respeito das quais não se podia indagar os porquês. São os dogmas, verdadeiras ginásticas mentais, que só a fé irracional consegue entender. E, por causa desses dogmas, lá se vão 2.000 anos de perseguições, guerras e intolerância religiosa, em nome de Deus.
Foram os “sábios doutores da lei” que, com seus “argumentos” esdrúxulos e sofísticos afirmavam que as massas não tinham capacidade para compreender as Escrituras, e, com isso, as verdades eternas ficaram encobertas pelo véu da ignorância... Coisa semelhante vem ocorrendo, em nossas fileiras, quando se deixa de esclarecer, a título de atrair freqüentadores. Com isso, se favorece o trabalho das sombras, que visa obscurecer as mentes.
Mas, tenhamos sempre em vista, como está bem colocado na “Gênese” de Kardec: “O Espiritismo não é dos homens, não é dos espíritos, é de Deus”. Sendo de Deus, é imutável. Desta forma, tem-se a impressão de que a Gênese desmente o que foi posto por Léon Denis. Sabemos que não é assim. Ele referia-se ao Movimento Espírita. Nós, Espíritas! Temos o dever de não deixar que aconteça tudo isso novamente! O caminho a percorrer é o recomendado por Emmanuel: −“Estudar, estudar, estudar”. Somente com o estudo e meditação seremos capazes de detectar esses “corpos estranhos” e evitar que idéias obscurantistas nos envolvam, atrasando a instalação do Reino de Deus na Terra.
M.A. Teixeira
Artigo transcrito do periódico “O 3 de Outubro”, nº 14, ano I, mês de outubro de 1999. Barra Mansa – RJ.
(1) Extraído do livro “No Invisível”, introdução;
Autor: Léon Denis
Editora: FEB
Um comentário:
Como td está se repartindo ou se recriando, o espiritismo não estaria excluído dessa "onda" de renovação. Entretanto, devemos estender essa máxima para o próprio Cristianismo.Estamos muito longe de sermos o representante do Cristo aqui na terra, lamentavelmente.
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